2006/01/23

Há momentos de rara beleza!!!!
1º Grande Momento da Noite

Manuela Moura Guedes: Como é possível que Cavaco Silva tenha sido eleito sem lançar uma única ideia?Maria José Nogueira Pinto: Mais de metade dos portugueses não pensam como a senhora... (seguida de um delicioso engolir em seco da pivot)

Comments:
Não suporto esta gaja!! Mas mesmo nadinha! Aquele estilo pseudo-intelectual com os seus trejeitos de "esquerda-caviar" tiram-me do sério! Porra, antes a "Pomba Gira" a entrar em transe
 
Aníbal Cavaco Silva, a former centre-right prime minister, appeared almost certain to become Portugal’s next president on Sunday, after winning 50.59 per cent of votes in the first round of the country’s presidential election.


Manuel Alegre, a 70-year-old poet running as an independent Socialist, was in second place with 20.72 per cent, strongly ahead of Mário Soares, the veteran Socialist leader, with only 11-14 per cent.

Three other leftwing candidates polled between 1 and 8 per cent each. Turnout was above 60 per cent.

Mr Cavaco Silva, 66, prime minister from 1985 to 1995, will be Portugal’s first right-of-centre president since the Salazar-Caetano regime fell in 1974.

His overwhelming lead is a setback for the centre-left government of José Sócrates, whose Socialist party backed Mr Soares, the former prime minister and president who steered Portugal to democracy. Mr Soares, 81, fought a lively campaign but failed to turn the election into a two-man race between himself and Mr Cavaco Silva.

His resounding defeat is a further blow to Mr Sócrates, who controversially passed over Mr Alegre to back Mr Soares as the official Socialist party candidate.

Mr Alegre chose to run as an independent and unexpectedly pulled strongly ahead of Mr Soares, a life-long friend, by appealing to leftwing voters disenchanted with tough government measures to discipline public finances.

Mr Cavaco Silva, a hard-headed economist who studied at Britain’s York University, focused his campaign on reversing Portugal’s economic decline, as the country struggles to control a soaring budget deficit and restore economic growth after years of stagnation.

An austere figure respected for his far-reaching reforms, including privatisations, as prime minister, Mr Cavaco Silva has promised to use the president’s powers to the full to promote economic recovery.

Many voters are clearly hoping his election will help to restore the confidence and strong growth Portugal enjoyed during much of his premiership. But opponents accuse him of creating false expectations by promising more than a presidential can legitimately deliver.

Under Portugal’s semi-presidential system, the head of state can veto laws, dissolve parliament and call elections, but has no executive powers.

One government minister said an overreaching of the president’s powers by Mr Cavaco Silva could result in a constitutional clash with the government.

However, business analysts say Mr Cavaco Silva’s support for fiscal rigour could prove helpful to the government in pushing through unpopular reforms to cut the deficit.

The new president will succeed Jorge Sampaio, a Socialist who has served two five-year terms.

January 23 2006 07:53
Financial Times
 
"O nosso inimigo anda impune de sapo em sapo"
O presidente do FC Porto entreabriu o segundo livro de memórias, que está a escrever, para revelar o capítulo do jantar de José Veiga com o ex-árbitro assistente do Estoril-Benfica da época passada e concluir que o dirigente do Benfica é "mentiroso". Assim mesmo, com todas as letras - teve o cuidado de consultar o dicionário antes de fazer a acusação.

A prenda de Pinto da Costa para o aniversário da Casa do FC Porto de Espinho foi um excerto mordaz do mais recente capítulo do segundo livro de memórias que está a escrever. "Chama-se 'O apito encarnado'", o enredo é construído à volta do jantar que, na semana passada, juntou José Veiga com o ex-árbitro assistente Devesa Neto e a moral da história leva a concluir que o protagonista da SAD do Benfica é "mentiroso". A noite era de Baía e o presidente portista não deixou de abordar a perda da titularidade do guarda-redes, mas pediu aos adeptos do azul e branco que não se deixem distrair: "Podemos discordar das decisões do presidente, do treinador e dos jogadores, mas temos que estar cientes que o nosso inimigo anda de sapo em sapo e que está protegido e impune e não lhe levantam qualquer Apito Dourado".

Até Pinto da Costa subir ao palco, só se falara de Vítor Baía. Por ser "uma coisa fresca", decidiu "ir por outro lado" e dedicar a intervenção à produção literária a que se tem dedicado, depois do sucesso de vendas da primeira autobiografia, "Largos dias tem cem anos". "Estou a fazer um segundo livro e o último capítulo que escrevi chama-se 'O apito encarnado'. Para ser rigoroso, consultei o dicionário da Porto Editora sobre a palavra mentiroso e a na página 561 diz que é um acto ou efeito de mentir, uma peta, uma falsidade, um embuste, um erro. Por isso, posso usar este termo", afirmou, passando a desvendar o enredo que levou o FC Porto a denunciar, no site oficial, o jantar de José Veiga com Devesa Neto: "Começa assim: no dia 20 de Janeiro de 2006, às 20 horas, fui convidado pelo João Rodrigues e pelo Pinto de Sousa para jantarmos em Gaia. Às 20h30, disse-lhes que não podia ir, e então esses senhores resolveram mudar de trajectória e foram ao restaurante Sapo, em Penafiel. Chegaram lá e viram o senhor José Veiga a jantar com um ex-fiscal de linha, de que agora nem me lembro o nome. Achei estranho que, nesse dia, o Benfica tendo viajado para o Norte, o responsável pelo futebol desse clube fosse jantar ao Sapo e não com a equipa. Denunciámos como estranho este jantar, no nosso site, e o Benfica reagiu, dizendo que não estavam lá a jantar com o fiscal-de-linha, mas sim a convite do João Rodrigues e do Pinto de Sousa. Isto deixa-me perplexo. No dia seguinte ao FC Porto-Dínamo de Moscovo, jantei, efectivamente, com o Pinto de Sousa e o João Rodrigues, pessoas que, actualmente, não têm qualquer cargo no futebol".

Depois de um ataque cerrado a alguns nomes da Comunicação Social, Pinto da Costa deixou no ar lembranças e interrogações. "Também fico preocupado quando esse fiscal-de-linha diz que, agora, almoça e janta muitas vezes com o senhor Veiga, e fico mais preocupado quando constato que esse fiscal-de-linha foi o que esteve no Benfica-Estoril da época passada. Será que é este o enigmático comprador das acções do Estoril?", questionou, e terminou com uma promessa: "Ainda vou ter muitos capítulos para escrever".

Jornal O JOGO - 23 Janeiro 2006

Este gaijo ainda chega a presidente....
 
Portugal busca salvador

Portugal, con más de dos millones de pobres, una tasa de desempleo en ascenso y la estructura social menos igualitaria de Europa, busca un salvador. Los sondeos indican que cree haberlo hallado en Aníbal Cavaco Silva. Hoy, el ex primer ministro puede conseguir que la derecha, por vez primera desde la Revolución de los Claveles de 1974, gane la presidencia en las urnas.

Partidarios de Cavaco Silva aguardan su llegada con propaganda electoral antes de un mitin en Figueira da Foz, en el norte de Portugal. (AP)
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José Gil: "Es un fenómeno casi religioso"
Un tono apocalíptico rodea la elección de hoy, en la que el derechista Cavaco se enfrenta, con grandes probabilidades de éxito, a cinco candidatos de izquierdas Lisboa es un escaparate de contrastes: miles de automóviles de lujo 'coexisten' en pleno centro de la ciudad con numerosos mendigosHay mucha gente que nunca votó por el PSD, pero que ahora lo hará por Cavaco porque cree que tiene el perfil preciso para salir del bachePortugal es el país más desigual de la UE. La renta acumulada por el 20% de la población más rico es 7,4 veces superior a la del 20% más pobre Arminda Ferreira, empleada de hogar: "Los portugueses tenemos a veces delirios de grandeza y damos pasos más largos que las piernas"Las mujeres le estrujan por la calle, los jóvenes gritan a voz en cuello "otra vez, otra vez, el pueblo portugués quiere a Cavaco otra vez" y "Cavaco ve adelante, eres nuestro presidente". Cuando llega la comitiva de los Audi y BMW, decenas de jubilados con banderitas de tela, una tuna femenina y la máquina municipal del PSD local estallan en ovaciones y cánticos de alegría. Así se vive, más o menos, el efecto Cavaco Silva en Portugal: como si de repente Dios bajara de los cielos.

De hecho, hace unos días, un ex ministro de Aníbal Cavaco Silva dijo que el país necesita "un presidente que lo vea todo y lo oiga todo". Y poco después, el constitucionalista Vital Moreira escribía en su blog (http://causanossa.blogspot.com) un aforismo titulado "Aníbal Cavaco Deus: 'La clarividencia y la omnisciencia siempre fueron propiedades divinas. Felices los pueblos que pueden elegir a Dios como Jefe de Estado...".

Las dos frases son un síntoma, entre otros muchos, del tono apocalíptico que rodea las elecciones de hoy en Portugal, en las que casi nueve millones de personas deben elegir al nuevo presidente de la República entre seis candidatos, cinco de izquierdas (dos de ellos, Manuel Alegre y Mario Soares, socialistas) y uno, Cavaco, que se autodenomina socialdemócrata, aunque los otros cinco le definen como "de derechas".

Pero lo curioso es cómo una gran masa de portugueses, que según las encuestas ronda el 55%, parecen entregados en cuerpo y alma a lo que Mario Soares ha llamado "el plebiscito Cavaco". El miércoles pasado, en la ciudad costera de Figueira da Foz, había unas 500 personas esperando al candidato conservador en la calle. Todos parecían encantados de poner su destino en manos del professor, aunque quizá eso sea pedir demasiado a una república semipresidencialista en la que el jefe del Estado es casi un cortacintas que no gobierna ni influye directamente en la economía.

El caso es que era mediodía y allí había muchos jubilados, algunas amas de casa y varios universitarios. Gente templada como Antonio Iglesias, de 59 años, director de una incubadora de empresas, que dice que Cavaco es "la única oportunidad de seriedad, confianza y esfuerzo que le queda a este país, el hombre que puede ayudar a que nuestras empresas y trabajadores desarrollen todo su potencial y se hagan más modernos e innovadores". O gente curtida y enérgica como José Rosa da Silva, picapedrero durante 43 años, que ahora tiene 75, y vive con una pensión de 700 euros. Como muchos portugueses de a pie, Rosa da Silva piensa que Cavaco es el único candidato válido: "Los otros sólo son unos provocadores y unos maleducados".

Desaliento general

Los analistas buscan las primeras razones de esta amplia onda Cavaco en el desaliento general, que ha provocado una profunda crisis que en sólo cuatro años ha doblado las cifras de paro y ha multiplicado las desigualdades. Sólo hay que pasear un rato por Lisboa u Oporto para ver el reflejo de esos números. Lisboa ofrece un explícito espectáculo de contrastes. Miles de coches de lujo, los centros comerciales con calles y avenidas llenos de artículos a precios dignos de Nueva York y las colas para adquirir la TV por cable (que es más cara que en España) conviven con los mendigos que pueblan la avenida de la Libertad y la plaza de la Alegría, los yonquis (Portugal encabeza el consumo de heroína de la UE) que guindan los móviles a los turistas en la Baixa al atardecer y los inmigrantes africanos que pasean por la plaza del Rossío en actitud de paro irremediable (la tasa de desempleo, que en 2001 era del 4,1%, es ahora del 7,5%).

El diario Público informaba hace unos días que, mientras las ventas de coches sólo crecieron un 3% en 2005, los aumentos en el segmento de la gama alta no bajan desde el año 2000 de las cifras de dos dígitos, y en algunos casos llegan al 50%. "Un comportamiento excepcional", según la asociación de empresas del ramo.

Pero hay más; según el último Eurostat, Portugal es el país más desigual de la UE. En 2003, la comparación entre la renta acumulada por el 20% más rico y el 20% más pobre daba una ratio de 7,4, es decir: los más pudientes ingresaron 7,4 veces más que los más necesitados. La cifra es idéntica a la de 1995, cuando acabó la década del Gobierno Cavaco. Hoy, en las cien mayores fortunas de Portugal se mezclan las históricas familias lisboetas, asociadas a la época salazarista (Champalimaud, Espírito Santo, Mello, Monteiro de Barros o Queiroz Pereira), con las nuevas fortunas surgidas tras la Revolución de Abril, entre las que destacan los empresarios norteños Belmiro de Acevedo y Américo Amorim. Entre unos y otros tienen 22.500 millones de euros, es decir, el 17,6% de la riqueza nacional.

Pero si el viajero sale de los centros urbanos, deja atrás los campos de golf y recorre las periferias o el interior rural del país, la cosa cambia.

Ahí el dinero es como si no existiera. La barriada gitana de São João de Deus en Oporto recuerda más a la favela de Río que a las afueras de cualquier ciudad europea. Y en el deprimido y bellísimo campo, al que, eso sí, se llega por espléndidas autopistas de peaje (de la era de Cavaco en el Gobierno), miles de hombres se siguen viendo obligados a emigrar a los núcleos urbanos o a la vecina España.

La economista Teodora Cardoso no cree que fueran un error aquellas inversiones en infraestructuras, pero sí que lo que caracterizó al Gobierno de Cavaco fue "la miopía y la falta absoluta de una visión estratégica" para el futuro. "No reformó la Administración pública; subordinó sus decisiones económicas a los ciclos electorales e hizo políticas profundamente conservadoras en empleo; burocráticas en materia de constitución y disolución de empresas, confusas en materia de ambiente y ordenamiento del territorio, ineficaces en la formación profesional y la regulación de la actividad económica, y prácticamente inexistentes en materia de competencia".

El escritor y novelista Pedro Rosa Mendes cree que "Portugal está pagando todavía el precio; aquella generación, que vivió un enorme desarrollo económico, no supo acompañarlo del desarrollo cultural y educativo. Y así estamos: ahora mucha gente tiene más en los bolsillos que en la cabeza, y somos dos países en uno".

Por un lado, dice, está el olvidado interior del Alentejo o Beira; por otro, el país más rico pero artificial del litoral: Lisboa, Oporto, Leiría, Setúbal, Coimbra... "La agricultura y la pesca no existen casi, la industria es cada vez más flaca y el país vive de una riqueza no producida. No hay que dejarse engañar por el dinero de Lisboa, los coches, la ropa, los condominios de lujo, los viajes... ¡Todo eso es a crédito! Somos un país que debe, luego existe. Que gasta y sueña a crédito. Es absurdo y algún día estallará. ¡Cada día nos parecemos más a Argentina!".

Rui Cardoso, uno de los autores del programa satírico de televisión Contrainformaçao, piensa que el único camino que queda es ponerse a trabajar: "Ya sé que es un discurso un poco salazarista, pero es que trabajamos poco. Preferimos hacer agujeros en el calendario para ver cuándo nos vamos de vacaciones a Brasil y así volver bronceados para parecernos a los otros; o si no, comprarnos un coche para parecer ricos. Y si tenemos que endeudarnos, nos endeudamos; o, mejor aún, damos cheques sin fondos".

Delirios de grandeza

Así y todo, en 2004, 925.000 portugueses mayores de 15 años se fueron en avión de vacaciones; mientras, dos millones de personas subsisten con menos de 350 euros al mes.

"Los portugueses tenemos a veces delirios de grandeza y damos pasos más grandes que las piernas", dice Arminda Ferreira de Sousa Silva, empleada doméstica en Lisboa. "Mi vecina, por ejemplo, pidió un crédito al banco para irse a Brasil porque otra vecina se había ido antes a Punta Cana".

Ferreira, de 58 años, no se queja de su suerte aunque hace 20 puso en casa un negocio de estética que tuvo que cerrar porque necesitaba máquinas y no pudo reunir el dinero suficiente. "Me hice canguro de niños y después empleada de hogar. No estoy mal. No quiero lujos, no voy a la peluquería, pero me gusta ir limpinha [aseada] y me defiendo, pago los gastos y el alquiler, que nos cuesta 100 euros, y si hay que comer judías, judías, y si pasta, pasta".

Arminda Ferreira piensa votar a Cavaco, "esperando que no sea para mal" y confiando en que ayude a superar el parón que sufre la economía desde 2002. Las últimas previsiones apuntan a un crecimiento del PIB del 0,3% en 2005 y de menos del 1% en 2006. Pero hay otras señales de crisis (y no sólo económica): el descenso del puesto 26º al 27º en la lista de desarrollo humano de la ONU, la peor tasa de abandono escolar de la UE, el mayor índice europeo de pobreza persistente y uno de los mayores porcentajes europeos de niños pobres, sólo por detrás de Irlanda e Italia.

A eso hay que añadir factores menos tangibles que colaboran a la decepción colectiva; lo que Pedro Rosa Mendes llama la "pérdida de soberanía y dignidad", o "el fracaso del proyecto nacional en asuntos tan graves como la Defensa, vergonzantemente subordinada a Estados Unidos, o la economía, que mira cómo España acentúa nuestra condición dependiente y periférica al ponerse a la altura del G-8".

Visto el panorama, parece sensato pensar que un hombre solo no puede hacer gran cosa. ¿Cómo se explica, pues, que el país parezca ansioso por llevar un economista a Belém para cinco años, "o probablemente diez", como sugiere la comentarista Teresa de Sousa?

Según Rui Cardoso, "el discurso simple de Cavaco, que parece hecho para empleados de banca, ese portugués vago como de programa informático, esa jerga Excel de empresario, cala en el país porque el país necesita cíclicamente oír cosas así".

Ahí está Cavaco, llegando a Figueira da Foz. Levanta los pulgares y hace el signo de la victoria. Una y otra vez. Sonríe sin parar y habla poco, entrega una octavilla de cartón con su mensaje de esperanza y unidad. Hace el signo de la victoria. Arturo Mendes, de 72 años, oficial retirado del Ejército que pasó seis años en Angola y cuatro en la India y que cobra una pensión de 2.000 euros, ha ido a verle. Y dice que va a votarle porque es "el más inteligente, el que más pruebas ha dado de capacidad; estamos a la deriva y es la persona indicada. Dinamizará el país y creará consensos entre oposición y Gobierno".

La misma pasión exhiben Elisabete Oliveira, de 22 años, estudiante de último curso de psicología, y Diana Duarte, que a la misma edad ha terminado periodismo. Oliveira milita en el PSD y cree que Cavaco dará "confianza, seguridad y credibilidad".

Hay gente que nunca ha votado al PSD que piensa votar a Cavaco. Por ejemplo, Eurico Silva, un ex profesor de 64 años que lleva siete jubilado y también cobra 2.000 euros. "Tiene una noción del Estado muy fuerte, pero no es un liberal ni un neoliberal; tiene el perfil que necesitamos en este momento".

Un halo de confianza

Acompañado por su hija Patricia y por su mandataria de juventud, la fadista Katya Guerrero ("el profesor es la referencia de esfuerzo y liderazgo, seriedad y espíritu emprendedor", dice), Cavaco Silva desprende un halo de confianza que parece contagiarse o suscitar sospechas: es un político, o un antipolítico, de filias y fobias. Según el editor Carlos da Veiga Ferreira, que apoya en público a Soares, lo que ha hecho durante la campaña "es cantar la canción del bandido, eso que se les canta a las chicas cuando uno quiere ligar". Es decir: "Ahora puede parecer otra cosa, pero lo que nadie recuerda es que él y otros economistas se opusieron a la plena integración en Europa; y que en todo lo que no fue cemento y carreteras su gestión fue horrible, arrogante y distante del pueblo y la opinión pública".

"Cavaco ganará como consecuencia lógica de que la izquierda ha hecho todo lo posible para que lo haga", dice Rui Cardoso. "Va a ganar", coincide Pedro Rosa Mendes, nacido en 1968. "Pero me temo que será víctima de su propio sebastianismo. Los milagros sólo suceden si hay ganas y coraje, y nosotros no tenemos coraje".

La historia del rey luso Sebastián narra cómo su pueblo esperó inútilmente el regreso del gallardo soldado que, desaparecido en combate en Alcazarquivir (Marruecos) en 1578, debía salvar a la patria. Es la metáfora más querida por los portugueses, afirma Rosa Mendes. "La grandeza de la victoria de Cavaco", añade, "sólo dará la medida de la amargura nacional. Siempre creemos colectivamente en lo que colectivamente sabemos que no debemos creer. Pero nuestra crisis es tan profunda que no hay Sebastián que nos salve".

Por eso, según Rui Cardoso, la imagen que define mejor Portugal es la de aquel turista que salió indignado en televisión protestando porque nadie le había advertido de que habría un huracán en México. "¡Decía que había invertido todo su dinero en ese viaje, pero el tío ni siquiera miró qué tiempo iba a hacer!".

José Gil: "Es un fenómeno casi religioso"

"CAVACO ES UN CASO extraordinario, como síntoma, de la irracionalidad que ha invadido a la sociedad portuguesa", afirma el filósofo José Gil. "Sin necesidad de hablar, sólo con su presencia, como si fuera un santo, las multitudes rugen ante él como si aquello fuera una procesión en rogativa o una concentración de comunistas". "Se trata de un fenómeno casi religioso", añade el autor del ensayo y éxito de ventas Portugal hoy: el miedo a existir. "Es un fenómeno irracional de masas que crea un populismo sin discurso. Como si fuera un mesías laico, Cavaco ha convencido al pueblo de que el milagro es posible".

¿Milagro? ¿Pero qué milagro? "El milagro de salir de este horrible lío en que estamos metidos sin que nada cambie, sin que hagamos sacrificios, sin que nos cueste esfuerzo, sin perder los privilegios que muchos tienen", responde Gil. El análisis del profesor de Filosofía de la Universidad de Lisboa, de 65 años, va un poco más lejos: "Estas elecciones son como una partida de ajedrez viciada antes de empezar. Ni las blancas son blancas ni las negras son negras, la reina se mueve como un alfil y los peones como una torre. Los candidatos de izquierda son el pasado; Cavaco es una gran masa de pasado. No hay una sola idea nueva para afrontar el futuro, sólo discusiones bizantinas. De lo que se deduce que el pueblo portugués ama la obstinación que no tiene y el autoritarismo. Porque Cavaco es eso: un jefe sin carisma, una persona encerrada en sí misma, que manda y sabe dónde va".

"No quisiera ser catastrofista", concluye el analista político de la revista Visão, "pero aún arrastramos los hábitos, vicios y defectos incubados por causa del salazarismo y de lo que no se hizo el 25 de Abril. Hace falta reformar el Estado, la justicia y la sanidad; acabar con el trapicheo, la picaresca y la irracionalidad de los servicios estatales. Somos incapaces de arriesgar, de creer en el futuro; es como si estuviéramos paralizados ante la inminencia de la catástrofe".

El Pais
 
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