2006/03/03

CAMÕES EM CRIOULO(??!!)

Versão bilingue das estâncias 8 e 9 do Canto V de Os Lusíadas que o cónego A. da Costa Gomes traduziu para o crioulo de Santo Antão, em Maio de 1898:

Depôs que nô passa quês lá de Canára
Q’otr’ora ês tá dá nome de Furt’náde,
Nô ’ntrá tá navegá lá pa quês aga
D’aquês la de Cabe-Vérd’ tam sabe,
Quês têrra onde mute maravia nove
Nosse navi de guêrra j’andá t’oiá:
Lá nô ribá c’um vintim favoróve
Pa nô t’mésse na quês têrra mantmete

Nôs antrá na pôrte d’um d’a quês [ilha]
Que t’má nóme d’aquêll guerrente
Sam Thiágue,Sânte q’ ajdá mute naçom spanhól
Fazê n’aquês gente môr mute strágue.
D’êi, q’ande soprá um ventin de Nôrte,
Nô torná t’ma noss’camim socégáde
Na mêi d’aquêll már, e assim nô bá d’xánde
Quêll terra, onde nô ocha refrésque sabe.

(TRADUÇÂO)
Passadas tendo já as Canárias ilhas,
Que tiveram por nome Fortunadas,
Entrámos, navegando, pelas filhas
Do velho Hespério, Hespéridas chamadas;
Terras por onde novas maravilhas
Andaram vendo já nossas armadas.
Ali tomámos porto com bom vento,
Por tomarmos da terra mantimento.

Àquela ilha apartámos que tomou
O nome do guerreiro Santiago,
Santo que os Espanhóis tanto ajudou
A fazerem nos Mouros bravo estrago.
Daqui, tanto que Bóreas nos ventou,
Tornámos a cortar o imenso lago
Do salgado Oceano, e assim deixámos
A terra onde o refresco doce achámos.


É por estas e por outras que eles não sabem Língua Portuguesa!!!!!

Comments: Post a Comment

<< Home

This page is powered by Blogger. Isn't yours?

Ó pra eles a enfarilhar-se

Quem já provou o enfarilho

Outras estatisticas